sábado, 22 de setembro de 2012

O BOTAFOGO DE TODOS OS TEMPOS


Na opinião de Pedro Varanda, o maior pesquisador da história do Botafogo de Futebol e Regatas que nós conhecemos, este seria o BOTAFOGO DE TODOS OS TEMPOS:

1. Manga – 442 jogos e 394 gols sofridos.
4. Marinho Chagas – 183 jogos e 40 gols.
2. Mauro Galvão – 115 jogos e 1 gol.
3. Leônidas – 246 jogos e 1 gol.
6. Nilton Santos – 721 jogos e 11 gols.
5. Gérson – 247 jogos e 96 gols.
8. Didi – 313 jogos e 116 gols.
7. Garrincha – 612 jogos e 243 gols.
9. Amarildo – 231 jogos e 134 gols.
10. Jairzinho – 412 jogos e 186 gols.
11. Quarentinha – 444 jogos e 308 gols.

Técnico: Mário Jorge Lobo Zagallo, 370 jogos.

A PRIMEIRA CRISE


Em função da imaturidade e da juventude dos meninos do Botafogo Football Club, não demoraram a aparecer as primeiras brigas. Em 1904, surgiu uma crise difícil de ser contornada entre Flávio Ramos e o capitão do time, Victor Faria. Por causa desse desentendimento, houve a primeira cisão. Saíram vários sócios, entre eles o Presidente Alfredo Guedes Mello e o vice Ithamar Tavares, que fundaram outro clube, o Internacional, que teve muito pouco tempo de vida.
Entre 1904 e 1905 ocorreram diversas mudanças.
No ano de 1905, o Botafogo passou a contar com uma nova diretoria, composta por Waldemar Pereira da Cunha – Presidente, Ismael Maia, Alfredo Chaves, Octávio Werneck, Álvaro Werneck e Júlio Werneck.
Neste mesmo período, aconteceu uma crise política no Clube de Regatas Botafogo. Essa crise levaria para o Botafogo F. C. diversos sócios e diretores. Entre eles estava Joaquim Antônio de Souza Ribeiro, considerado o primeiro grande presidente da história do Botafogo Football Club.



quarta-feira, 19 de setembro de 2012

SERÁ LANÇADA AMANHÃ A PEDRA FUNDAMENTAL DO NOVO CT DO BOTAFOGO

 

O Botafogo iniciará nesta quinta-feira, 20 de setembro de 2012, às 11 horas, em Marechal Hermes, a construção do Centro de Treinamento que no futuro acolherá as categorias de base. O projeto do clube, que assinou acordo de cessão do espaço com o governo do Estado do Rio de Janeiro por 20 anos, é atender aos jovens atletas alvinegros e a 300 crianças e adolescentes em projetos sociais.
A expectativa do Botafogo é de que o local fique pronto antes das Olimpíadas do Rio, em 2016, e possa receber delegações estrangeiras.
A área de 100 mil metros quadrados contará com dois campos oficiais, dois outros campos de treinamento, uma piscina, uma quadra poliesportiva, auditório, sala de musculação, refeitório, alojamento para 72 atletas (o atual abriga apenas 23 jogadores), entre outros novos setores. A inovação maior fica por conta da escola que será do Botafogo e colocada dentro do centro de treinamento. A intenção do clube é trabalhar as jovens promessas também fora de campo.
O projeto de modernização do local tem 100 mil metros quadrados e está pronto desde abril de 2011. Entretanto, passou por mudanças depois de visitas de dirigentes alvinegros a Centros de Treinamento de ponta no Brasil e na Europa. Toda a estrutura física atual deixará de existir para dar lugar a novas instalações.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

A PRIMEIRA VEZ A GENTE NÃO ESQUECE: A ESTREIA DE QUARENTINHA NO BOTAFOGO


O Botafogo estava precisando de uma vitória como a conseguida no dia 26 de junho de 1954, em jogo válido pelo Torneio Rio-São Paulo. Na verdade os alvinegros desde muito vinham merecendo, apesar de opiniões em contrário, sorte melhor.
Seja como for, o que se viu no jogo de sábado foi uma equipe bem armada, valente, composta dos mesmos jogadores que sempre pertenceram ao plantel com uma única exceção, que foi, justamente, Quarentinha, estreante.
E ninguém poderia dizer que foi esse jogador o responsável pelo triunfo, muito embora ele tenha atuado muito bem.
E para os que costumam ver no técnico o responsável por tudo que acontece de mal ao clube, principalmente nos dias de derrota, essa vitória deve ter sido bastante amarga, porque veio mostrar, antes de mais nada, que Gentil Cardoso tem cabeça e sabe usá-la, que tem visão e conhece o jogador sabendo se ele é bom ou não.
O encontro bem merecia um público mais numeroso, principalmente porque o Botafogo apresentou bom futebol, fazendo, mesmo, reviver o esquadrão dos melhores dias do campeonato passado, apesar da falta sensível que Nilton Santos ainda faz ao time.
O São Paulo bem que ensaiou alguns ataques à meta do Botafogo, mas encontrou em Gilson uma barreira intransponível, um arqueiro perfeitamente recuperado e disposto a manter o zero no marcador.
Aos 12 minutos, surgiu o primeiro gol do Botafogo. A jogada nasceu nos pés de Garrincha, que esticou para Carlyle, na entrada da grande área. Sem perda de tempo, Carlyle serviu a Dino da Costa, com um passe curto para o centro. Dino da Costa teve tempo suficiente para preparar o chute, escolher o canto e deixar o goleiro Poy sem ação.
A partir deste lance, o Botafogo se animou e tentou aumentar o placar, mas os jogadores do São Paulo se defendiam com bravura e contra-atacavam seguidamente numa reação que só não foi coroada de êxito porque o trio final alvinegro demonstrou um espírito de luta notável e foi crescendo à medida que o tempo se esgotava.
Aos 31 minutos, o Botafogo faz cerrada carga sobre a meta de Poy. Cabe a Carlyle atirar para o gol, com o goleiro caído e dois defensores esperavam o tiro de misericórdia. Carlyle quis colocar e atirou muito fraco contra as redes. De Sordi salva, Carlyle torna a chutar e Poy rebate. A bola acaba sobrando sobrando para Neyvaldo, na extrema, que completamente desmarcado cruzou para a área, indo a bola ao encontro de Dino da Costa que, com um tiro seco e forte assinala o segundo tento para os seus.
O Botafogo não dá trégua ao São Paulo. Aos quarenta minutos cabe ao estreante Quarentinha demonstrar, mais uma vez no decorrer da partida, que a sua aquisição foi das mais acertadas. Estava o Botafogo inteiro no ataque e Dino da Costa atira violentamente contra a trave. A bola volta para a risca que marca a grande área e Quarentinha a recupera e tenta driblar um marcador, mas ainda assim insiste e consegue recuperar a bola. Então, numa virada sensacional atira contra o arco inesperadamente. A bola choca-se com violência contra o travessão e bate na mão de Poy antes de voltar à pequena área, onde Carlyle, bem colocado, emenda de primeira marcando o terceiro tento para o Botafogo.
Pouco depois terminou a primeira etapa com o Botafogo apresentando um futebol muito superior.
Os primeiros vinte minutos do segundo tempo mostraram um São Paulo disposto a recuperar o terreno perdido. Mas a defesa botafoguense, com Gerson dos Santos jogando muito bem e orientando, com sua experiência, os mais novos, era um obstáculo difícil de ser ultrapassado.
Por intermédio de Canhoteiro, o São Paulo conseguiu escapar. Frente à frente com o arqueiro botafoguense, Canhoteiro atirou com violência. Gilson recebeu o chute em pleno rosto e caiu inconsciente. Alguns segundos depois, quando o perigo ainda era grande dentro da área, foi com surpresa que se viu Gilson, evidentemente movido pelo seu subconsciente, erguer-se do solo e correr para o gol. E ali permaneceu por mais alguns segundos, até que a bola foi chutada para fora e o perigo completamente afastado. Então, Gilson tornou a cair, novamente inconsciente.
Gilson tentou recuperar-se e permanecer no arco, mas era impossível continuar. Pouco depois, Pianowsky o substituiu e o jogo transcorreu sem outra anormalidade até que Dino da Costa e De Sordi, trocando pontapés, foram expulsos pelo árbitro Juan Carlos Armenthal.
Aos 32 minutos, Paulinho recebe na pequena área, completamente abandonado pelos marcadores. Entra entre dois zagueiros e atira, com força, para o gol, a dois passos da linha. A bola bate na trave superior, quica no chão onde o goleiro Poy estava caído, voltando ao travessão e acaba morrendo nas redes. Era o quarto gol alvinegro.
O quinto veio aos trinta e oito minutos, de pênalti, praticado por Nilo em Garrincha e cobrado por Quarentinha que teve, assim, nova ocasião de evidenciar qualidades. Só que desta vez mostrando-se dono de um autêntico canhão.
Pouco tempo depois Carlyle é expulso de campo ao dirigir palavras pouco amáveis a um adversário. Dois minutos depois surgiu o tento de honra do São Paulo, marcado por Dino, com um tiro cruzado, que Pianowsky não pôde evitar.
As equipes atuaram com as seguintes constituições:
BOTAFOGO: Gilson (Pianowsky), Gerson dos Santos e Bulau; Bob, Ruarinho e Juvenal; Garrincha, Dino da Costa, Carlyle, Quarentinha e Neyvaldo (Paulinho).
SÃO PAULO: Poy, Clélio e De Sordi; Pé de Valsa, Vítor e Turcão; Haroldo (Nilo), Marucci (Lanzoninho), Rodrigo (Aldo), Gino e Canhoteiro. Técnico: Jim Lopes.
A renda foi de Cr$ 65.017,60.

Fonte: Última Hora.


segunda-feira, 3 de setembro de 2012

RETRATO EM PRETO E BRANCO: Aymoré Moreira


Aymoré Moreira nasceu em Miracema (RJ) no dia 24 de abril de 1912.
Em 1929, foi para o Rio de Janeiro, lutar boxe, mas acabou jogando futebol. Em seus primeiros jogos teve uma rápida passagem pela ponta-direita e depois se firmou como goleiro.
Corajoso, arrojado, compensava sua baixa estatura (1,72 m) jogando fora da pequena área. Impressionada com o seu estilo entre as traves, a imprensa brasileira que acompanhava seus jogos logo o caracterizou de “goleiro elástico e voador”.
Disputou os Campeonatos Cariocas de 1931 e 1932, promovidos pela Associação Metropolitana de Esportes Athléticos – A.M.E.A., pelo Sport Club Brasil.
Em 1933, transferiu-se para o América, por onde disputou o campeonato promovido pela Liga Carioca de Football.
Depois, em 1934, foi para o Palestra Itália (atual Palmeiras), onde sagrou-se campeão paulista no mesmo ano.
No final do ano de 1935, voltou para o Rio de Janeiro, para jogar no Botafogo, fazendo sua estréia no gol do Botafogo em 1º de março de 1936, durante a excursão que o clube alvinegro fez ao México e aos Estados Unidos.
Em sua primeira atuação pelo campeonato carioca (12 de julho de 1936, com vitória de 2 x 1 sobre o Madureira), obteve o seguinte comentário de “O Jornal” sobre sua atuação: “Observando os dois esquadrões, deveremos assinalar a performance de Aymoré, sem dúvida a maior figura em campo e um dos mais positivos fatores do triunfo conquistado pelos alvinegros”.
Duas semanas depois, 26 de julho de 1936, na derrota de 1 x 0 para o Vasco da Gama, o Correio da Manhã disse: “O clube local teve em Aymoré e Nariz duas grandes figuras. O mignon keeper está em ótima forma. Brilhou.”.
Nos anos de 1938 e 1939, Aymoré foi bicampeão brasileiro jogando pela Seleção Carioca.
Fez três partidas oficiais (e uma não oficial) pela Seleção Brasileira, contra a Argentina. Na primeira, em 18 de fevereiro de 1940, empate de 2 x 2; na segunda, 25 de fevereiro de 1940, derrota de 3 x 0 e, na última vez, 5 de março de 1940, sofreu cinco dos seis gols com que a Argentina goleou o Brasil por 6 x 1.
Seu último jogo pelo Botafogo foi em 10 de outubro de 1943, coincidentemente com o mesmo Madureira (2 x 2) contra quem estreara. Nessa época, já perdera a posição de titular no gol do Botafogo para Ary. Também chegara ao Botafogo o goleiro Oswaldo Baliza. Aymoré, então, passou a ser o terceiro goleiro do Botafogo.
Encerrou a carreira de jogador em 1946.
Depois de terminada a carreira de jogador e já formado pela Escola de Educação Física do Rio de Janeiro, Aymoré Moreira optou por continuar ligado ao futebol, iniciando sua carreira de técnico no Olaria, do Rio de Janeiro (RJ) em 1948.
Foi campeão brasileiro como treinador da Seleção Paulista em 1952.
Em 1953, técnico da Portuguesa de Desportos, ganhou a “Fita Azul”.
Assumiu a Seleção Brasileira pela primeira vez em 1953. Sua estréia como técnico da seleção foi em 1º de março de 1953. Perdeu o Sul-Americano daquele ano em Lima (Peru), mas em relatório entregue à Confederação Brasileira de Desportos – CBD criticou a entidade, que não lhe dera opções para fazer a convocação. Também ficou sem o cargo, mas hoje sabe-se que a atitude ajudou a mudar a postura dos dirigentes, permitindo aos futuros treinadores a liberdade de escolher os comandados.  Tanto que voltou à Seleção Brasileira em 1961 para ganhar o bicampeonato mundial em 1962 e seguir na seleção, com intervalos, até 1968.
Em 1954 passou a ser treinador do Palmeiras. Perdeu a decisão do título paulista em homenagem ao IV Centenário de Fundação da Cidade de São Paulo, para o Corinthians.
Tornou-se tricampeão brasileiro pela Seleção Paulista em 1955 e 1957.
Voltou a ser o treinador do Taubaté, de São Paulo, em 1958.
Conquistou um inédito tetracampeonato brasileiro pela Seleção Paulista, em 1959.
Dirigindo a Seleção Brasileira conquistou as Taças Bernardo O´Higgins (contra o Chile), em 1961, Osvaldo Cruz (contra o Paraguai), no mesmo ano e em 1962, Copa Roca (contra a Argentina), em 1962, e a Taça Rio Branco (contra o Uruguai), em 1967.
Em 1962, como treinador do São Paulo, perdeu o título de campeão paulista para o Santos.
Dirigiu a 1965 - Portuguesa de Desportos em 1965, o São Paulo em 1966, sagrou-se campeão do Torneio Roberto Gomes Pedrosa, a Taça de Prata (mais tarde reconhecida pela CBF como campeonato brasileiro), com o Palmeiras, em 1967. Neste mesmo ano, dirigiu o Flamengo por seis meses (de 22 de outubro de 1967 a 9 de março de 1968), sem suceso. Foram 20 jogos, quando conquistou sete vitórias, três empates e dez derrotas.
A primeira vez como treinador do Corinthians aconteceu em 1968. Sua estréia foi em 11 de agosto, no amistoso em que o Corinthians empatou em 0 x 0 com o Ferroviário, de Araçatuba. Dirigiu o clube pela última vez em 24 de novembro, na derrota de 2 x 1 para o Fluminense, pelo Torneio Roberto Gomes Pedrosa daquele ano. Se desentendeu com Osvaldo Brandão, que dividia com ele as atribuições do cargo na qualidade de supervisor.
Poucos dias depois, em 17 de dezembro de 1968, dirigiu a Seleção Brasileira pela última vez, no empate em 3 x 3 com a Iugoslávia. Foram 63 jogos à frente da Seleção Brasileira, obtendo 38 vitórias, 9 empates e 16 derrotas. Era o recordista de partidas pela Seleção Brasileira, título que só perdeu muito tempo depois para Zagalo e, em 2003, perdeu o segundo lugar para Carlos Alberto Parreira.
Retornou ao Corinthians em 26 de setembro de 1970, num jogo contra o Fluminense pela Taça de Prata daquele ano. Exerceu a função de olheiro para o técnico da Seleção Brasileira, Zagalo, na Copa do Mundo de 1970, conquistada pelo Brasil.
Em 1971 foi campeão do Torneio do Povo pelo Corinthians. Deixou o clube depois de um empate contra o Guarani (0 x 0), em 15 de abril, pelo Campeonato Paulista, sendo substituído por Francisco Sarno. Ao todo, foram 55 jogos na direção do Corinthians.
Dirigiu a Portuguesa de Desportos na maior goleada da história do clube, ocorrida em 2 de fevereiro de 1972: 12 x 1 contra o Ferroviário, de Oruro, Bolívia.
Foi para a Europa, mais precisamente em Portugal, quando foi treinador do Boavista, na temporada 1972/1973 e do F. C. Do Porto nos anos de 1974 e 1975. Também dirigiu o Panathinaikos, da Grécia.
Voltou ao Brasil em 1978, quando foi vice-campeão baiano, dirigindo o Vitória, naquele ano e no ano seguinte. Também dirigiu o rubro-negro baiano no Campeonato Brasileiro.
Passou a ser treinador do Galícia, em 1980, quando perdeu a final do campeonato baiano para o Vitória.
Em 1981, sagrou-se campeão estadual com o Bahia.
Dirigiu o Vitória nos dois primeiros turnos do Campeonato Baiano de 1984. Depois, passou para a Catuense e o clube venceu um dos turnos (o terceiro), ficando com o terceiro lugar na classificação final.
Aos 86 anos, no dia 26 de julho de 1998, morreu em Salvador (BA), vítima de falência múltipla de órgãos, insuficiência cardíaca, respiratória e renal. Vivia com uma aposentadoria de 600 reais por mês e completamente abandonado pelos amigos.


sábado, 1 de setembro de 2012

TRANSFORMANDO A DERROTA IMINENTE EM UMA GRANDE E ESPETACULAR VITÓRIA


Essa foi a manchete do jornal A Noite no dia seguinte ao jogo realizado no dia 28 de novembro de 1948, entre Botafogo e Flamengo, no estádio de General Severiano.
Eis alguns detalhes desse jogo.
“Vinte e dois cavalheiros são pagos para jogar futebol. Vários milhares de criaturas saem de casa e ficam espremidas pelas arquibancadas de um campo qualquer para ver aqueles vinte e dois cavalheiros jogarem. Vem um árbitro da Inglaterra, ganhando bom dinheiro, e é incumbido de apitar o jogo dando o exemplo de uma boa arbitragem para os seus colegas brasileiros.
A assistência emocionada espera o apito inicial do Mister. Emoção. Expectativa geral. O árbitro trila o apito e o jogo começa. No mais aceso da luta, no entanto, uma coisa extraordinária acontece. Largam um cachorro dentro do campo e o cachorro começa a correr para lá e para cá, atrapalhando os jogadores e causando muitos risos à torcida.
O apitador para o jogo e o cachorro é posto para fora do gramado depois de muita luta. Todos respiram aliviados, acreditando de que aquilo acabou. Mas é engano. Durante os noventa minutos, o Mister é obrigado a parar cinco vezes o jogo e milhares de assistentes, vinte e dois jogadores e o próprio árbitro ficam à espera que o cachorro seja novamente mandado para fora do gramado.
Isso senhores, embora pareça um absurdo, hoje em dia é usual nos gramados cariocas. Tomem nota: em pleno século XX, numa cidade que tem foros de civilizada, num país de 40 e tantos milhões de habitantes, para-se uma partida de futebol do campeonato mais importante da metrópole por causa de um cachorro...
Aconteceu no jogo Botafogo e Flamengo, já aconteceu antes e certamente acontecerá amanhã ou depois.
Nós não somos contra o Biriba, que ele entre em campo antes do jogo, que entre no intervalo e que entre no fim está certo. Mas permitir que o cachorrinho atrapalhe o jogo é que não achamos direito. Imagine se amanhã cada clube resolve adotar uma mascote. Um, um elefante, outro ainda um hipopótamo, e assim por diante. Os espetáculos de futebol virarão exibição de animais, farão concorrência ao próprio Jardim Zoológico.
Biriba acabou irritando todo mundo, até aos jogadores botafoguenses. E nós aqui, escrevendo essa crônica, ficamos a imaginar o que não dirá, na Inglaterra, Mister Dewine... Há de afirmar que às vezes não sabia se apitava uma partida de futebol ou se tomava parte num show sem grandes compromissos...
Agora vamos ao jogo.
O Flamengo, vencendo o Fluminense, aparecia como um quadro capaz de dar combate ao esquadrão botafoguense. E deu. Isso porque os jogadores da Gávea, muito embora se analisássemos o poderio de cada equipe víssemos que o favoritismo penderia para o lago alvinegro, são sempre capazes de fazer das tripas coração quando em campo.
De modo que, quando o jogo começou, o Flamengo foi à frente apresentando um futebol vistoso e de bom rendimento, muita gente ficou imaginando que o Botafogo sairia de campo derrotado.
Realmente os pupilos de Kanela andavam no gramado à vontade e a marcação que a defesa botafoguense exercia sobre os avantes da Gávea não era, em verdade, eficiente. A prova disto é que Zizinho e Jair Rosa Pinto jogavam completamente desmarcados, principalmente o meia-esquerda, que andava pelos costados do campo organizando perigosas jogadas para a meta alvinegra.
Ávila, Rubinho, Nilton Santos e o próprio Gerson dos Santos não conseguiam se entender e não marcavam ninguém. Enquanto isso, a linha do Flamengo ia desenvolvendo seu jogo, de passes cruzados e rasteiros, trazendo por várias vezes o pânico à meta de Oswaldo Baliza.
Desta maneira, a assistência esperava a queda do arco botafoguense a qualquer instante.
Aos quinze minutos, a linha do Flamengo desce pela esquerda. Zizinho conduz a bola, deslocado, até o costado do campo e centra alto. A defesa do Botafogo parou e Durval se aproveitou da indecisão para marcar o tento número um do Flamengo. Delírio dos rubro-negros que viam naquilo um prenúncio de nova e espetacular vitória.
Consignado o primeiro gol, o Flamengo continuou a exercer forte pressão sobre o arco contrário. Aos vinte e dois minutos, nova carga da ofensiva rubro-negra e a bola vai a cabeça de Zizinho, que levanta sobre a meta de Oswaldo Baliza. Novamente, a defesa para e Gringo consegue atingir pela segunda vez as redes do guardião botafoguense. Nova demonstrações de alegria da torcida rubro-negra, que, naquela altura, já tinha quase certeza da vitória... Mas o segundo tento do Flamengo serviu para acertar a defesa botafoguense. Então cada um dos seus componentes passou a uma marcação “homem a homem”, dificultando, desta forma, os movimentos da vanguarda rubro-negra. Chegou a vez do Botafogo pressionar o reduto flamenguista perigosamente. Também o arco de Luiz Borracha passou por várias situações de perigo, situação essas salvas, na maioria das vezes, pelo arqueiro, por Norival e Biguá, que favorecia o guardião do grêmio tricampeão. O tempo se esgotou e o placar não sofreu alterações.
Muita gente pensou que no segundo tempo as coisas iam tornar a favorecer o Flamengo. É que geralmente o rubro-negro costuma jogar mais no segundo tempo e o Botafogo ao que tudo indicava, iria pregar na etapa final devido aos esforços despendidos na primeira fase. Aconteceu justamente o contrário. Quem pregou foi o Flamengo. E isso ficou positivamente demonstrado quando, dada a saída, viu-se o esquadrão rubro-negro recuar, jogar apenas na defesa, sem esboçar aqueles ataques perigosos dos quarenta e cinco minutos iniciais.
Do outro lado, o Botafogo jogava como que revigorado, como se seu time tivesse entrado em campo naquele instante. Consequentemente, com o prego de Jair Rosa Pinto, que era o elemento de ligação, a linha flamenguista parou. Retrocedeu para tentar o impossível: deter a avalanche alvinegra que cada vez se mostrava mais forte. O arco de Luiz Borracha passou inúmeras vezes por situação de pânico mas nestes momentos críticos sempre aparecia, providencialmente, um defensor flamenguista, para evitar a queda de sua cidadela.
No entanto, todos sentiam que a coisa estava mudando e que muito em breve o Botafogo conseguiria. E realmente tal aconteceu. Numa descida da linha botafoguense, a bola foi centrada rasteira por Braguinha. Ávila, que vinha lá de trás, correndo, emendou também rasteiro para burlar a vigilância de Luiz Borracha. Os botafoguenses viram, então, que a vitória não seria impossível, como chegaram a pensar, talvez quando o Flamengo mandava no jogo e ganhava por 2 x 0.
Nesta altura, o Flamengo já andava desorientado, dando chance ao Botafogo para incursionar pelo seu terreno por diversas vezes. Mas assim mesmo a tarefa do alvinegro era difícil, porque Biguá aparecia jogando muito bem, e Norival e Luiz Borracha também.
Aos vinte e dois minutos houve um lance sensacional, inédito quase. Houve um ataque do Flamengo – um dos raros do segundo tempo – e a bola saiu pela linha de fundo. Oswaldo Baliza cobrou o tiro de meta com um chute à meia altura. Gringo, na linha média botafoguense emendou a pelota, muito alta. Oswaldo Baliza, que voltava calmamente para o arco, na crença de que a bola estivesse no meio de campo, não viu a pelota que ia em direção ao seu arco. Quando viu, alertado pelos seus companheiros e pela torcida que antevia o desastre, saiu correndo para deter a bola que já o cobrira. Conseguiu ainda tocá-la com as pontas dos dedos, mas não evitou que a mesma se aninhasse em suas redes. Era o terceiro gol do Flamengo, que fez com que a torcida delirasse na expectativa, novamente, de uma vitória.
Mas a alegria rubro-negra durou pouco. Dada a saída, o Botafogo foi à frente e pegou a defesa do Flamengo descolocada. Octávio, então, fez o serviço que lhe competia. Recebeu a bola da direita e chutou para as redes de Luiz Borracha. Era o segundo tento do Botafogo, tento esse que liquidaria de vez o Flamengo.
Novamente foi posta a bola no centro e dada nova saída. O Botafogo foi à frente cheio de autoridade. E o Flamengo, tonto, andava sem se acertar, pelo campo. Cada vez mais se acentuava o predomínio alvinegro, e a cada momento os jogadores do Flamengo mais se entregavam.
Aos 30 minutos e meio, o Botafogo desceu pela esquerda e bola foi a Braguinha. O extrema livrou-se bem de Biguá e chutou para marcar o tento que seria o do empate e que abalaria profundamente o moral já abatido do quadro de Kanela.
O tempo passou com o Botafogo já agora procurando o tento que lhe possibilitaria pular na frente do marcador, em busca de uma vitória que seria sensacional. E três minutos e meio depois, conseguia o seu intento quando Pirilo, aproveitando-se de uma confusão na área do Flamengo, aninhou a pelota nas redes do arqueiro Luiz Borracha. Delírio na social alvinegra que via uma derrota transformar-se numa virada extraordinária pela sua expressão.
Em campo o Flamengo já estava batido. Mas estava escrito que a vitória do Botafogo seria por um placar mais dilatado. Aos quarenta e quatro minutos, o extrema Paraguaio, numa rápida investida, passou por Jayme e Norival para chutar frente a frente com Luiz Borracha e marcar o quinto e último tento do Botafogo, que selaria um resultado justo, uma vez que o esquadrão alvinegro soube reagir no tempo devido e se aproveitar habilmente das falhas do adversário.
Ao Flamengo coube a glória de ter oferecido a um dos líderes uma resistência inesperada que deu maior colorido e significação ao resultado alcançado pelo seu adversário. Passou desta forma o Botafogo por mais um perigoso concorrente nesta corrida sensacional pelo título de campeão da cidade do ano em curso.
Os quadros formaram assim:
BOTAFOGO: Oswaldo Baliza, Gerson dos Santos e Nilton Santos; Rubinho, Ávila e Juvenal; Paraguaio, Geninho, Pirilo, Octávio e Braguinha. Técnico: Zezé Moreira.
FLAMENGO: Luiz Borracha, Nilton e Norival; Biguá, Bria e Jayme; Luizinho, Zizinho, Gringo, Jair Rosa Pinto e Durval. Técnico: Kanela.
Mr. Dewine foi um árbitro correto, muito embora amarrasse o jogo marcando todas as faltas, mesmo quando o atingido levava vantagem.
A renda foi de Cr$ 207.964,00”.


terça-feira, 28 de agosto de 2012

AS DECISÕES: CAMPEONATO CARIOCA DE 1932


Apesar do calor senegalês da tarde de 2 de outubro de 1932, o pequeno campo na Estrada do Norte, na estação de Bonsucesso, conseguiu apanhar uma casa cheia, quase repleta.
É que ali se feriria um dos mais importantes embates dessa temporada de futebol, dadas as circunstâncias especiais que envolviam o jogo.
Vencendo a partida, o Botafogo conquistaria o campeonato. Empatando ou perdendo, resultaria um pequeno alento para as esperanças vagas do Flamengo, segundo colocado na tabela.
Grandes eram, portanto, as responsabilidades dos dois contendores. Um, por certo, empregaria os seus esforços para vencer a sagrar-se campeão. O outro haveria de empenhar-se a fundo, com entusiasmo e alta compreensão de seus deveres esportivos, para triunfar sobre o time que enfrentava.
Desse triunfo dependeria a sorte definitiva do campeonato. O numeroso público, ávido de sensações, teve bem recompensado o seu sacrifício, suportando a canícula impiedosa e comprimindo-se nas acomodações deficientes do pequeno campo.
E disso deu sobejas provas, porque todas as fases do encontro mereceram fartos aplausos e o incitamento dos adeptos dos dignos adversários.
O Botafogo levou a melhor. Venceu porque jogou com mais apuro do que o Bonsucesso.
No primeiro tempo, houve equilíbrio de forças. Os vencedores iniciaram a peleja levando evidente vantagem sobre o adversário. Todo o quadro alvinegro agia com entusiasmo e em perfeita técnica.
O primeiro gol da tarde foi conquistado por Nilo, aos cinco minutos de jogo, após uma entrada fulminante e com tiro bem colocado e indefensável.
Coube ainda a Nilo marcar o segundo tento da tarde, cobrando um pênalti cometido por Loló. Chutou forte e Pinheiro nada pôde fazer.
Nos quinze minutos finais do primeiro tempo, porém, os locais reagiram vigorosamente, apesar da diferença de dois gols a favor dos visitantes, que acusava o placar e passaram a fazer perigosas cargas sobre o gol de Victor.
O Bonsucesso fez o seu primeiro gol, de pênalti cometido por Martim.
Decorrem quinze minutos e Leônidas da Silva, aproveitando-se com inteligência e decisão de uma confusão na área do Botafogo, entra e faz aninhar a bola nas redes do alvinegro.
Instantes depois, servindo-se de um escanteio bem batido por Carlinhos e devolvido por Canalli, Loló finaliza com com tiro alto e bem colocado, entrando a bola no ângulo direito superior do gol de Victor.
O Bonsucesso conservou até o fim do primeiro tempo a vantagem de 3 x 2.
Veio o segundo tempo. Os alvinegros dão mostras, desde a saída, do desejo firme de empatar para depois vencer.
A um minuto de jogo, depois de um ataque rapidíssimo e levado ao campo contrário em combinação primorosa, Nilo obriga a Pinheiro, goleiro adversário, a praticar magnífica defesa.
Passam-se mais três minutos e o gol de empate é obtido: Nilo escorando oportuno passe de Ariel.
Mais sete minutos e o Botafogo desempata em seu favor. O gol foi conquistado por Paulinho. Depois de um belo ataque alvinegro, o meia-direita do Botafogo escora belo centro de Celso e chuta de modo indefensável, com todo o êxito.
Até esse momento, notou-se evidente supremacia dos visitantes. O Bonsucesso, porém, duro na queda, volta a reagir. Registram-se bons ataques dos locais, até que ao fazer uma defesa precipitada, Rodrigues mete a mão na bola dentro da área, visivelmente sem intenção, mas a falta foi punida pelo árbitro. Leônidas da Silva bate a penalidade e o jogo fica de novo empatado.
O dia, porém, era dos pênaltis. Estava escrito que o Botafogo deveria vencer. Os ataques incisivos que os atacantes alvinegros levaram a efeito com o fim de desempatar novamente a partida foram, afinal, novamente coroados de êxito.
Forma-se uma confusão na porta do gol do Bonsucesso. Marcelo, do Bonsucesso, acossado por Almir e Álvaro, mete a mão na bola. O árbitro pune a falta máxima, que Nilo transforma no gol da vitória.
Como se vê, houve dois pênaltis de lado a lado.
Inegavelmente esse segundo tempo foi francamente favorável ao Botafogo, que jogou melhor e com mais ardor do que o Bonsucesso.
Os times tiveram a seguinte constituição: BOTAFOGO – Victor, Benedicto e Rodrigues; Ariel, Martim e Canalli; Álvaro, Paulinho (Almir), Carvalho Leite (Paulinho), Nilo e Celso. Técnico: Nicolas J. Ladanyi. BONSUCESSO – Pinheiro, Fernandes (Congo) e Barcelos; Loló, Oto (Eurico) e Marcelo; Carlinhos, Gradim, Prego, Leônidas da Silva e Miro. Técnico: Gentil Cardoso.
Nota: não foi com facilidade que o jogo teve um árbitro. O senhor Luiz Neves, que fora caçado nas arquibancadas, recusou-se a arbitrar a partida, apesar dos pedidos insistentes que foram feitos. Por fim, na falta de árbitro competente, o Bonsucesso apelou para o íntegro e acatado árbitro, Carlos Martins da “Carlito” Rocha, do Botafogo, que procurou resistir a todo tipo de apelo. Depois de meia hora de muita insistência, quando se previa a hipótese de não ser efetuado o jogo por falta de árbitro, Carlito Rocha se viu obrigado a pisar o gramado para apitar, o que fez visivelmente contrariado.
A atuação de Carlito Rocha foi a mais imparcial possível.
Comemorando o levantamento do campeonato, os diretores, associados e jogadores do Botafogo reuniram-se, à noite, na aristocrática sede de seu clube, onde se realizou um animado e elegante jantar dançante, que foi muito concorrido.

Fonte: Correio da Manhã.



segunda-feira, 27 de agosto de 2012

A PRIMEIRA VEZ A GENTE NÃO ESQUECE: o primeiro jogo contra o Flamengo


Além de ser o primeiro jogo contra o Flamengo, a partida também marcou a volta do Botafogo à Liga Metropolitana de Sports Athleticos e a inauguração do estádio de General Severiano.
O jogo, realizado no dia 13 de maio de 1913, foi válido pelo Campeonato Carioca daquele ano.
Assim falou “O Imparcial”:
Realizou-se no elegante campo do Botafogo, o melhor jogo de futebol que até hoje assistimos.
E tinha razão de o ser, porque as duas equipes que se apresentaram em campo houveram-se com impecável correção, tanto mais quanto só se verificaram no decorrer do jogo duas faltas.
À sede do clube, que se acha instalada em magnífico terreno e ponto superior do bairro de Botafogo, afluíram umas três mil pessoas, tendo estado suas vastas arquibancadas literalmente repletas do que mais “chic” existe na nossa sociedade.
O comandante Palmeiras, distinto “gentleman”, é digno presidente do Botafogo Football Club e proporcionou, com agradável cortesia, ao nosso representante todos os meios de que necessitasse para o seu noticiário.
O encontro dos primeiros times revestiu-se de verdadeiro delírio por parte dos que apreciam o “sport” britânico.
Os jogadores foram recebidos com estrepitosa salva de palmas.
A fim de dar o pontapé inicial, foi o representante do Club Naval de Lisboa, comodoro Charles Bleck, convidado pelos capitães das duas equipes, cerimônia essa que teve os aplausos da assistência.
Iniciado o jogo por parte do time preto e banco, a equipe do Flamengo faz rigorosa carga ao gol do Botafogo e assim Borgerth com violento chute procura, sem resultado, atingir o gol defendido por Álvaro.
A magnífica linha esquerda do Botafogo, de posse da bola, faz rigorosa carga ao gol do Flamengo e assim Cazuza defende-se, embora obrigado a ceder um corner. Villaça cobra o escanteio e acontece um intenso bate-rebate, quando Mimi Sodré, divisando uma pequena passagem, envia a esfera que se aninha na rede do Flamengo. Assim, foi feito o primeiro e único gol do Botafogo.
Em seguida, o árbitro dá por encerrado o primeiro tempo.
Após o descanso de praxe, o árbitro Mário Pernambuco chama novamente para o gramado os dois times.
Essa segunda fase do jogo foi executada debaixo de forte aguaceiro.
O Flamengo pressionou bastante mas não conseguiu marcar nenhum gol no segundo tempo, terminando assim o jogo com o placar de 1 x 0 a favor do Botafogo.

O “Correio da Manhã” disse:
Com uma assistência superior a 3.000 pessoas, realizou-se no campo do Botafogo F. C. o encontro entre este clube e o C. R. do Flamengo.
Desde muito cedo o novo campo da rua General Severiano principiou a encher-se de gente e às 3 horas da tarde o seu aspecto era encantador.
Desde 1910 não tínhamos assistido a um encontro tão sensacional e tão concorrido. As arquibancadas estavam repletas de famílias e cavalheiros de nossa melhor sociedade, que, ansiosos, aguardavam com impaciência o início da luta dos primeiros times.
Eram 4 horas da tarde quando Mário Pernambuco, do Fluminense F. C., faz soar o apito, chamando os jogadores às suas posições.
Uma uníssona salva de palmas se fez ouvir e os capitães tiram a sorte, cabendo a saída ao Botafogo, que convidou para dar o pontapé inicial o comodoro Charles Bleck, presidente do Club Naval de Lisboa.
Depois de muitos lances de ambas as partes, acontece o gol do Botafogo.
Nery, ao defender um centro de Lauro, ocasiona um corner. Este é bem cobrado por Lauro. Facchine escora com a cabeça, Cazuza defende. Abelardo torna a chutar e é ainda defendida. Mimi Sodré, que se achava a pouca distância, não demora em enviar a bola à rede do Flamengo.
Termina o primeiro tempo com a superioridade do Botafogo no placar: 1 x 0.
Durante o intervalo, o presidente do Botafogo fez servir uma taça de champagne ao senhor Charles Bleck.
Após regular descanso, voltaram para o campo os dois times.
Recomeçada a luta, esta é titânica, e ao ataque dobram-se de ambas as partes.
Os dois contendores desenvolvem um jogo belíssimo.
Nos últimos momentos de jogo a equipe do Flamengo ataca muito o gol do Botafogo, esbarrando na ótima defesa deste.
O jogo termina com a vitória de 1 x 0 do Botafogo.
O árbitro foi muito bem, concorrendo bastante para o brilhantismo do jogo.
Abrilhantou o jogo com sua presença a harmoniosíssima banda musical do 10º Batalhão da Guarda Nacional, que foi alvo dos maiores elogios por parte dos espectadores.
Após o jogo foi servido ao time do Flamengo uma taça de champagne.

As equipes formaram assim:
BOTAFOGO: Álvaro, Dutra e Pullen; Pino, Rolando e Couto; Villaça, Abelardo, Facchine, Mimi Sodré e Lauro Sodré.
FLAMENGO: Cazuza, Píndaro e Nery; Gallo, Amarante e Lawrence; Baiano, Borgerth, Figueira, Del Nero e Raul.


quinta-feira, 23 de agosto de 2012

DUAS GRANDES GOLEADAS NO MESMO ADVERSÁRIO, NO MESMO CAMPEONATO


Em condições normais, uma super goleada não é um placar que acontece sempre. Quando acontece uma goleada num primeiro turno, normalmente esse adversário toma suas precauções para que o desastre não volte a ocorrer no segundo.
Mas não foi o que se viu no Campeonato Carioca de 1936, competição disputada em dois turnos: o Botafogo aplicou duas grandes goleadas no Olaria.
A primeira aconteceu no jogo que foi adiado devido ao mau tempo. Foi realizada no feriado de 7 de setembro de 1936, no campo da rua General Severiano. Facilmente, o Botafogo se impôs pelo placar de 7 x 0. Loris Cordovil, o árbitro, marcou três pênaltis, sendo dois contra o Olaria e um contra o Botafogo.
O primeiro tempo terminou com a contagem de 4 x 0, com os gols marcados nesta ordem: 1º Carvalho Leite, 2º Enéas, contra; 3º Carvalho Leite e 4º Russinho.
No segundo tempo, Russinho (5º), Armando (6º) e Russinho (7º) definiram o marcador.
As equipes formaram assim:
BOTAFOGO: Aymoré Moreira, Brum e Octacílio; Affonso, Martim e Canalli; Álvaro, Armando, Carvalho Leite, Russinho e Patesko.
OLARIA: Ubiratan, Caraúna (Salim) e Joaquim; Aristotelino, Enéas e Nonô; Ary, Gago, Euclydes (Fraga), Horácio e Pierre.

Cumprindo o último compromisso do returno, no dia 29 de novembro de 1936 o Botafogo desenvolveu outra atuação de destaque contra o Olaria. O jogo foi realizado no campo do Olaria, à rua Cândido Silva.
Quem assistiu aos primeiros quinze minutos do período decisivo, viu o Olaria agir com grande desenvoltura, com ânimo forte e muita disposição, chegaram a impressionar mesmo tendo pela frente um Botafogo em bom dia.
Aos 8 minutos de jogo o Botafogo inaugurou o marcador, depois que Álvaro cruzou uma bola para Carvalho Leite, este fintou e deixou a bola para Russinho, que marcou o primeiro gol do Botafogo.
Cinco minutos depois, Carvalho Leite marcou o segundo gol do alvinegro.
Dada nova saída, o Botafogo recupera a bola. Álvaro corre pela extrema e passa a Russinho, que marca o terceiro gol da tarde.
Pouco tempo depois, Patesko assinala o quarto gol do Botafogo.
Faltando poucos minutos para o término do primeiro tempo, Russinho recebe a bola e passa para Patesko que escapa, deslocando-se para o centro, para marcar o quinto gol do Botafogo. O primeiro tempo termina com o placar de 5 x 0 a favor do Botafogo.
Com cinco minutos de jogo no segundo tempo, ao ser cobrado um escanteio contra o Botafogo, Gago marca, de cabeça, o primeiro gol do Olaria. Os locais se animam com o feito e desenvolvem uma atuação impressionante pela rapidez, atacando com ânimo.
Aos dez minutos de jogo, o árbitro assinala pênalti de Octacílio em Cebinho. Gato cobra a penalidade, conseguindo marcar o segundo e último gol do Olaria.
Pouco tempo depois, o Botafogo consigna o sexto gol, por intermédio de Carvalho Leite, ao ser cobrada uma falta por Patesko. E os visitantes voltam a dominar, diminuindo o entusiasmo dos suburbanos.
Álvaro corre com a bola, passa a Carvalho Leite, que marca o sétimo gol do Botafogo.
Logo em seguida, Patesko encerra a contagem, assinalando o oitavo gol do Botafogo. Placar final: Botafogo 8 x 2 Olaria.
Sob as ordens de Loris Cordovil, que agiu a contento, os quadros atuaram assim constituídos:
BOTAFOGO: Aymoré Moreira, Octacílio e Nariz; Luciano, Zezé Moreira e Canalli; Álvaro, Martim, Carvalho Leite, Russinho e Patesko.
OLARIA: Adolpho Madeira, Enéas e Alberto (Herculano); Lamas, Nunes (Joaquim) e Aristotelino; Ary, Gato, Pierre (Gago), Cebinho e Motta.


quarta-feira, 22 de agosto de 2012

A PRIMEIRA VEZ A GENTE NÃO ESQUECE: O PRIMEIRO JOGO DO BOTAFOGO FOOTBALL CLUB



O Botafogo Football Club foi fundado em 12 de agosto de 1904, por um grupo de rapazes de 14 anos, em média, com o nome de Electro Club.
A 18 de setembro de 1904 realizou-se uma assembléia, na qual foi aprovado o nome Botafogo Football Club.
Às 15 horas de um domingo, dia 2 de outubro de 1904, o Botafogo disputou o seu primeiro jogo regular, enfrentando o Football and Athletic Club, no campo deste, à rua Haddock Lobo, esquina de Campos Sales, onde existia o Velo Club.
O Botafogo, vencido por 3 x 0, vestia camisas de malha branca e calções brancos e o Athletic, camisas de pano vermelho, tendo sido este o conjunto do Botafogo: Flávio Ramos, Victor Faria e João Leal; Basílio Vianna, Octavio Werneck e Adhemaro de Lamare; Norman Hime, Itamar Tavares, Álvaro Soares, Ricardo Rêgo e Carlos Bittencourt.
Desse jogo, o fato pitoresco foram as meias cor de abóbora de Flávio Ramos e a atitude do Barão de Werneck, pai de Octavio e Álvaro, assistindo o jogo de guarda-sol aberto.
O árbitro do jogo foi Mário Bessa, do Fluminense F. C.
O Football and Athletic Club formou com Nascimento, Luiz Maia e Hildebrando Paranhos; Leite, Oscar Fagundes e Alvarenga I; Pereira, Aurélio Silva, Kock, Alvarenga II e Barbosa.


Fontes: O Futebol no Botafogo 1904-1950 e pesquisador Pedro Varanda.


segunda-feira, 20 de agosto de 2012

JOGOS INESQUECÍVEIS: A ESTREIA DE GARRINCHA



Segundo o jornal A Noite “não foi um grande espetáculo o que ofereceram os quadros do Botafogo e do Bonsucesso na peleja travada na tarde de 19 de julho de 1953, no estádio General Severiano”.
No entanto, valeu o prélio pela movimentação, pela combatividade que sempre caracterizou as jogadas e sobretudo pelas peripécias desconcertantes que culminaram com a goleada de 6 x 3 imposta ao modesto mas lutador quadro leopoldinense.
A partida, até os primeiros quinze minutos do segundo período, esteve indefinida. Basta dizer que, até então, vencia o Bonsucesso por 2 x 1 e, apesar da pressão fortíssima que fazia o alvinegro, resistiam os leopoldinenses.
Depois do empate foi que o Botafogo acertou o caminho da vitória. E do empate à goleada final de 6 x 3 foi apenas um salto. Foi liquidado o Bonsucesso sem maiores delongas: consequência lógica que os rubro-anis teimavam em não querer acreditar. Foi em peso o Botafogo para a frente e aí se verificou a seqüência de tentos que obrigaram ao arqueiro Ari buscar a bola nas redes.
O Botafogo, apesar da goleada imposta ao time orientado por Pirilo, seu ex-defensor, não chegou a corresponder inteiramente. Tanto houve cochilos na defesa como se verificou, até o início da arrancada para a goleada, deficiência na coordenação da ofensiva. Valeu, entretanto, como nota favorável o espírito de luta que, afinal, pôde proporcionar o resultado tão expressivo. Nilton Santos e Arati, na defesa, Garrincha, Geninho e Vinícius, no ataque, os mais eficientes do grupo vencedor.
Aos quatro minutos de jogo, verificou-se uma falta de Bob em Soca. Simões cobrou colocadamente e depois de tocar a bola em Nilton Santos foi às redes. Era o primeiro gol do Bonsucesso.
Aos 9 minutos, Garrincha cobrou um escanteio para o Botafogo e Vinícius, de cabeça, mandou sensacionalmente a bola para dentro da meta leopoldinense, empatando a peleja.
Dois minutos depois, Ariosto marcou um tento que o árbitro anulou por impedimento.
Aos 30 minutos, Gerson dos Santos concedeu corner. Benedito cobrou e Lino, recebendo, atirou para marcar o segundo tento do Bonsucesso.
Logo depois, é assinalado outro gol do Botafogo, de autoria de Garrincha, também anulado por impedimento.
Com a vantagem de 2 x 1 favorável ao Bonsucesso, encerrou-se o primeiro período.
Aos 14 minutos do segundo tempo o jogador do Bonsucesso, Urubatão, cometeu pênalti em Vinícius. Garrincha cobrou e marcou o segundo tento do Botafogo.
Aos 29 minutos, o Botafogo atacou. Ariosto recebeu de Nilton Santos e cedeu a Dino da Costa, que colocou a bola nas redes do Bonsucesso pela terceira vez.
Aos 30, Garrincha cobrou uma falta do limite da área e venceu o arqueiro Ari, assinalando o quarto tento do Botafogo.
Aos 32, Garrincha escapa pela direita, cede a Ariosto e este passa a Dino da Costa que venceu novamente a meta do Bonsucesso. Era o quinto tento do Botafogo.
Aos 36, Benedito, com um tiro longo, marcou o terceiro gol do Bonsucesso.
Aos 47 minutos, Garrincha recebeu de Geninho, invadiu a área e marcou o sexto e último gol do Botafogo.
Estava decretada a vitória do alvinegro através de uma goleada, depois de terem passado por um susto tremendo os torcedores do campeão de 1948.

GARRINCHA, A SENSAÇÃO DA PARTIDA E O ARTILHEIRO

Uma das notas de relevo desse prélio que mexeu com os nervos dos torcedores foi a estréia do jovem e já tão falado ponteiro direito Garrincha. A começar pelo seu andar desajeitado e torto, o novo dianteiro alvinegro tornou-se figura central. E conseguiu maior projeção ainda por ter sido o artilheiro da tarde, com três tentos, sendo um de cobrança de pênalti, muito bem executada.
Garrincha não é um craque, ainda. Tem muito que aprender e se aperfeiçoar. Mas é indiscutível que possui qualidades para vencer em nosso futebol. A sua amostra, ontem, foi excelente. É lutador, impetuoso e tem visão de gol. Foi, enfim, um feliz lançamento feito pelo Botafogo.

O “Correio da Manhã” destacou:
“Botafogo, depois de experimentar sensações pouco agradáveis, acabou derrotando o Bonsucesso com categoria por 6 x 3, fazendo estrear o ponteiro Gualicho de maneira convincente”.

A “Gazeta de Notícias” afirma: “Flamengo, Botafogo e Bangu venceram com categoria”. Quando relaciona os gols do Botafogo também informa Gualicho.

Já o “Diário de Notícias” preferiu dar outro tipo de destaque. Vejamos:
“O vento foi o maior adversário encontrado pelos conjuntos do Botafogo e do Bonsucesso, em General Severiano. Os locais, no primeiro tempo, lutaram infrutiferamente contra esse elemento da natureza, sendo mesmo traídos, baqueando nessa etapa por 2 x 1. No período final, explorando bem a situação que o prejudicara no primeiro tempo, o Botafogo foi de “vento em popa” e acabou por subjugar decididamente o Bonsucesso”.
Relaciona o jogador “Garricho” na ponta-direita do Botafogo e, na anotação dos gols, “Garrido”.

As equipes formaram assim:
BOTAFOGO: Gilson, Gerson dos Santos e Nilton Santos; Arati, Bob e Juvenal; Garrincha, Geninho, Dino da Costa, Ariosto e Vinícius. Técnico: Gentil Cardoso.
BONSUCESSO: Ari, Duarte e Mauro; Urubatão, Décio e Serafim; Lino, Wilson, Simões, Soca e Benedito. Técnico: Pirilo.

Sobre a atuação do árbitro, Erick Westman, o ponto comum foi que ele não atuou bem.
Disse “A Noite”: “Atuação sofrível. Falhou outra vez na repressão ao jogo violento, deixando-se envolver pelos jogadores. Também falhou em várias marcações técnicas.
A arrecadação foi de Cr$ 68.577,40.


sábado, 18 de agosto de 2012

O BOTAFOGO NO CAMPEONATO CARIOCA DE 1964


BOTAFOGO 1 x 0 OLARIA
Data: 05/07/1964
Local: General Severiano, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Wilson Lopes de Souza
Renda: Cr$ 1.925.378,00
Gol: Gérson
BOTAFOGO: Manga, Joel, Paulistinha, Nilton Santos e Rildo; Élton e Gérson; Roberto, Arlindo, Jairzinho e Zagalo. Técnico: Zoulo Rabello.
OLARIA: Manguito, Ouraci, Mafra, Nésio e Casemiro; Valtinho e Oton; Valter, Pacoti, Luís Carlos e Roberto Peniche.

BOTAFOGO 0 x 0 AMÉRICA
Data: 12/07/1964
Local: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Gualter Portela Filho
Renda: Cr$ 9.880.966,00
BOTAFOGO: Manga, Joel, Zé Carlos, Paulistinha e Rildo; Élton e Gérson; Garrincha, Arlindo, Jairzinho e Zagalo. Técnico: Zoulo Rabello.
AMÉRICA: Ari, Luciano, Flodoaldo, Wilson Santos e Itamar; Carlos Pedro e João Carlos; Gilbert, Fernando Cônsul, Zezinho e Abel. Técnico: Zizinho.

BOTAFOGO 1 x 3 CAMPO GRANDE
Data: 22/07/1964
Local: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Valdemar Meireles
Renda: Cr$ 2.294.576,40
Gols: Gérson / Nodir (2) e Jairo
BOTAFOGO: Manga, Joel, Paulistinha, Nilton Santos e Rildo; Élton e Gérson; Garrincha, Arlindo, Jairzinho e Zagalo. Técnico: Zoulo Rabello.
CAMPO GRANDE: Edmar, Paulo, Guilherme, Décio Esteves e Darci Santos; Domingos e Norival; Ércio, Jairo, Guaraci e Nodir. Técnico: Miguel Pimenta.

BOTAFOGO 2 x 1 BANGU
Data: 26/07/1964
Local: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Gualter Portela Filho
Renda: Cr$ 7.558.734,50
Gols: Quarentinha e Sicupira / Cabralzinho
BOTAFOGO: Manga, Joel, Zé Carlos, Paulistinha e Rildo; Élton e Gérson; Sicupira, Jairzinho, Quarentinha e Zagalo. Técnico: Zoulo Rabello.
BANGU: Ubirajara Motta, Fidélis, Mário Tito, Dirceu e Nilton dos Santos; Ocimar e Roberto Pinto; Paulo Borges, Vermelho, Parada e Cabralzinho. Técnico: Martim Francisco.

BOTAFOGO 3 x 1 SÃO CRISTÓVÃO
Data: 02/08/1964
Local: Figueira de Melo, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Frederico Lopes
Renda: Cr$ 1.545.150,00
Gols: Quarentinha, Sicupira e Bira / Valdemar
BOTAFOGO: Manga, Joel, Zé Carlos, Paulistinha e Rildo; Élton e Gérson; Sicupira, Jairzinho, Quarentinha e Bira. Técnico: Zoulo Rabello.
SÃO CRISTÓVÃO: Franz, Ari, Renato, Élton e Moisés; Valdir e Jair; Valdemar, Jorge, Aladim e Fraga. Técnico: Danilo Alvim.

BOTAFOGO 3 x 0 MADUREIRA
Data: 09/08/1964
Local: General Severiano, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: José Gomes Sobrinho
Renda: Cr$ 2.068.225,00
Gols: Quarentinha (2) e Jairzinho 
BOTAFOGO: Manga, Joel, Zé Carlos, Paulistinha e Rildo; Élton e Gérson; Garrincha, Jairzinho, Quarentinha e Bira. Técnico: Zoulo Rabello.
MADUREIRA: Humberto, Esteves, Alfredo, Jalmir e Aloísio; Nilo e Farah; Nenem, Batata, Quarenta e Alfredinho.

BOTAFOGO 3 x 2 PORTUGUESA
Data: 15/08/1964
Local: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Valdemar Meireles
Renda: Cr$ 3.476.353,00
Gols: Gérson, Bira e Quarentinha / Edmur e Inaldo
BOTAFOGO: Manga, Joel, Zé Carlos, Paulistinha e Rildo; Élton e Gérson; Sicupira, Jairzinho, Quarentinha e Bira. Técnico: Zoulo Rabello.
PORTUGUESA: Jorge Reis, Bruno, Reginaldo, Luizão e Tião; Laerte e Valter; Sabará, Edmur, Inaldo e Zé Carlos. Técnico: Gentil Cardoso.

BOTAFOGO 2 x 0 VASCO DA GAMA
Data: 19/08/1964
Local: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Frederico Lopes
Renda: Cr$ 12.047.074,80
Gols: Jairzinho e Quarentinha
BOTAFOGO: Manga, Joel, Paulistinha, Nilton Santos e Rildo; Élton e Gérson; Sicupira, Jairzinho, Quarentinha e Bira. Técnico: Geninho.
VASCO DA GAMA: Marcelo, Joel, Caxias, Fontana e Barbosinha; Alcir e Maranhão; Zezinho, Célio, Mário e Da Silva. Técnico: Duque.

BOTAFOGO 6 x 0 CANTO DO RIO
Data: 23/08/1964
Local: Caio Martins, Niterói (RJ)
Árbitro: Wilson Lopes de Souza
Renda: Cr$ 4.139.175,00
Gols: Jairzinho (4), Quarentinha e Gérson
BOTAFOGO: Manga, Joel, Zé Carlos, Nilton Santos e Paulistinha; Élton e Gérson; Jairzinho, Quarentinha, Didi e Bira. Técnico: Zoulo Rabello.
CANTO DO RIO: João Batista, Marinho, Mateus, Décio Leal e Azul; Niraldo e Jardel; Antonio Carlos, Ari, Ramos e Ramon.

BOTAFOGO 1 x 2 BONSUCESSO
Data: 30/08/1964
Local: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Wilson Lopes de Souza
Renda: Cr$ 9.283.168,00
Gols: Quarentinha / Carlinhos (2)
BOTAFOGO: Manga, Joel, Zé Carlos, Nilton Santos e Paulistinha; Élton e Gérson; Jairzinho, Didi, Quarentinha e Bira. Técnico: Zoulo Rabello.
BONSUCESSO: Cláudio, Marcelo, Luís Carlos, Jerri e Nélson; Jaime e Hélio; João José, Antoninho, Carlinhos e Escurinho. Técnico: Daniel Pinto.

BOTAFOGO 0 x 2 FLUMINENSE
Data: 06/09/1964
Local: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Frederico Lopes
Renda: Cr$ 33.750.000,00
Gols: Amoroso (2)
BOTAFOGO: Manga, Joel, Zé Carlos, Nilton Santos e Jailton; Élton e Gérson; Garrincha, Didi, Jairzinho e Quarentinha. Técnico: Zoulo Rabello.
FLUMINENSE: Castilho, Carlos Alberto, Procópio, Altair e Nonô; Oldair e Denílson; Amoroso, Evaldo, Ubiraci e Mateus. Técnico: Tim.

BOTAFOGO 0 x 1 FLAMENGO
Data: 20/09/1964
Local: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Frederico Lopes
Renda: Cr$ 39.920.639,90
Gol: Paulo Chôco
BOTAFOGO: Manga, Joel, Paulistinha, Nilton Santos e Rildo; Élton e Gérson; Jairzinho, Arlindo, Quarentinha e Zagalo. Técnico: Zoulo Rabello.
FLAMENGO: Marcial, Murilo, Ditão, Ananias e Paulo Henrique; Carlinhos e Nelsinho; Carlos Alberto, Airton, Paulo Chôco e Oswaldo II. Técnico: Flávio Costa.

BOTAFOGO 1 x 0 OLARIA
Data: 27/09/1964
Local: Rua Bariri, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: José Gomes Sobrinho
Renda: Cr$ 1.381.575,00
Gol: Quarentinha
BOTAFOGO: Manga, Joel, Zé Carlos, Nilton Santos e Paulistinha; Didi e Gérson; Sicupira, Jairzinho, Quarentinha e Zagalo. Técnico: Zoulo Rabello.
OLARIA: Ari, Décio Brito, Viana, Nézio e Casemiro; Valtinho e Othon; Chicão, Oldack, Hélio e Toni.

BOTAFOGO 3 x 1 AMÉRICA
Data: 01/10/1964
Local: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Frederico Lopes
Renda: Cr$ 4.500.883,00
Gols: Jairzinho (2) e Quarentinha / Wilson Santos
BOTAFOGO: Manga, Joel, Zé Carlos, Nilton Santos e Paulistinha; Didi e Gérson; Sicupira, Jairzinho, Quarentinha e Zagalo. Técnico: Zoulo Rabello.
AMÉRICA: Mauro, Luciano, Wilson Santos, Leônidas e Itamar; Amorim e João Carlos; Zezinho, Campinense, Paulo Leão e Abel. Técnico: Zizinho.

BOTAFOGO 1 x 0 CAMPO GRANDE
Data: 04/10/1964
Local: General Severiano, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: José Gomes Sobrinho
Renda: Cr$ 2.765.100,00
Gol: Quarentinha
BOTAFOGO: Manga, Joel, Zé Carlos, Nilton Santos e Jailton; Didi e Gérson; Sicupira, Jairzinho, Quarentinha e Zagalo. Técnico: Geninho.
CAMPO GRANDE Edmar, Paulo, Guilherme, Geneci e Darci Santos; Domingos e Norival; Ercio, Chico, Guaraci e Nodir. Técnico: Miguel Pimenta.

BOTAFOGO 3 x 4 BANGU
Data: 11/10/1964
Local: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Amílcar Ferreira
Renda: Cr$ 6.591.048,00
Gols: Gérson, Jairzinho e Luís Alberto (contra) / Bianchini (2) e Parada (2)
BOTAFOGO: Manga, Joel, Zé Carlos, Nilton Santos e Rildo; Didi e Gérson; Sicupira, Jairzinho, Quarentinha e Zagalo. Técnico: Geninho.
BANGU: Ubirajara Motta, Fidélis, Mário Tito, Luís Alberto e Nilton dos Santos; Ocimar e Roberto Pinto; Paulo Borges, Bianchini, Parada e Aladim. Técnico: Martim Francisco.

BOTAFOGO 1 x 1 SÃO CRISTÓVÃO
Data: 17/10/1964
Local: General Severiano, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Valdemar Meireles
Renda: Cr$ 1.959.250,00
Gols: Bira / Petit
BOTAFOGO: Manga, Joel, Zé Carlos, Paulistinha e Rildo; Didi e Gérson; Sicupira, Arlindo, Jairzinho e Bira. Técnico: Geninho.
SÃO CRISTÓVÃO: Franz, Ari, Renato, Moisés e Ailton; Élton, Valter e Jair; Jorge, Petit e Fraga.

BOTAFOGO 3 x 1 MADUREIRA
Data: 25/10/1964
Local: Conselheiro Galvão, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: José Gomes Sobrinho
Renda: Cr$ 1.846.650,00
Gols: Didi, Zagalo e Arlindo / Alfredinho
BOTAFOGO: Miguel, Joel, Zé Carlos, Paulistinha e Rildo; Didi e Gérson; Bira, Arlindo, Jairzinho e Zagalo. Técnico: Geninho.
MADUREIRA: Humberto, Jorge, Alfredo, Jalmir e Esteves; Nei e Alfredinho; Neném, Batata, Beto e Jair.

BOTAFOGO 1 x 1 PORTUGUESA
Data: 01/11/1964
Local: Laranjeiras, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Gualter Gama de Castro
Renda: Cr$ 1.339.725,00
Gols: Quarentinha / Mário Breves
BOTAFOGO: Manga, Joel, Zé Carlos, Paulistinha e Rildo; Didi e Gérson; Bira, Arlindo, Quarentinha e Zagalo. Técnico: Geninho.
PORTUGUESA: Wagner, Bruno, Djalma, Luizão e Tião; Laerte e Mário Breves; Inaldo, Edmur, Mauro e Zé Carlos. Técnico: Gentil Cardoso.

BOTAFOGO 2 x 0 VASCO DA GAMA
Data: 07/11/1964
Local: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Frederico Lopes
Renda: Cr$ 23.163.894,50
Gols: Quarentinha e Arlindo
BOTAFOGO: Miguel, Joel, Zé Carlos, Paulistinha e Rildo; Didi e Gérson; Jairzinho, Arlindo, Quarentinha e Zagalo. Técnico: Geninho.
VASCO DA GAMA: Miltão, Joel, Caxias, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Mário, Célio, Saulzinho e Zezinho. Técnico: Eli do Amparo.

BOTAFOGO 5 x 0 CANTO DO RIO
Data: 15/11/1964
Local: General Severiano, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Valdemar Meireles
Renda: Cr$ 1.435.795,00
Gols: Quarentinha (2), Élton (2) e Jairzinho
BOTAFOGO: Manga, Mura, Zé Carlos, Nilton Santos e Rildo; Élton e Gérson; Jairzinho, Arlindo, Quarentinha e Zagalo. Técnico: Geninho.
CANTO DO RIO: Paulo, Osvaldo, Carlos Martins, Mateus e Procópio; Jardel e Niraldo; Antonio Carlos, Pingo, Fernando Pinto e Carlos Pio.

BOTAFOGO 1 x 1 BONSUCESSO
Data: 21/11/1964
Local: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Wilson Lopes de Souza
Renda: Cr$ 2.919.240,00
Gols: Arlindo / Antoninho
BOTAFOGO: Manga, Joel, Zé Carlos, Nilton Santos e Rildo; Élton e Gérson; Jairzinho, Arlindo, Quarentinha e Zagalo. Técnico: Geninho.
BONSUCESSO: Cláudio, Marcelo, Claudionor, Luís Carlos e Nélson; Jaime e Helinho; João José, Carlinhos, Antoninho e Escurinho. Técnico: Daniel Pinto.

BOTAFOGO 1 x 0 FLUMINENSE
Data: 29/11/1964
Local: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Frederico Lopes
Renda: Cr$ 31.361.392,40
Gol: Jairzinho
BOTAFOGO: Manga, Mura, Zé Carlos, Nilton Santos e Rildo; Élton e Gérson; Jairzinho, Arlindo, Roberto e Humberto. Técnico: Geninho.
FLUMINENSE: Castilho, Carlos Alberto, Procópio, Altair e Nonô; Oldair e Denilson; Amoroso, Joaquinzinho, Ubiraci e Gilson Nunes. Técnico: Tim.

BOTAFOGO 1 x 0 FLAMENGO
Data: 13/12/1964
Local: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Eunápio de Queirós
Renda: Cr$ 90.286.500,00
Gol: Roberto
BOTAFOGO: Manga, Mura, Zé Carlos, Nilton Santos e Rildo; Élton e Gérson; Jairzinho, Arlindo, Roberto e Humberto. Técnico: Geninho.
FLAMENGO: Marcial, Murilo, Ditão, Joubert e Paulo Henrique; Carlinhos e Nelsinho; Amauri, Airton, Paulo Chôco e Oswaldo II. Técnico: Flávio Costa.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

FRASES SOBRE O BOTAFOGO


"Há coisas que só acontecem ao Botafogo."
- Ditado popular

"O Botafogo tem a vocação do erro."
- Augusto Frederico Schmidt, ex-presidente do clube, em conversa com Santhiago Dantas.

"Sabe duma coisa? Eu não gosto de futebol, gosto é do Botafogo."
- Lúcio Rangel, jornalista.

"No Rio, a formação da identidade passa, também, pela eleição de um time de futebol. O poeta, fiel à sua infância, escolhe o 'Botafogo Futebol Clube'. Não freqüenta os estádios. Não lê o noticiário. Não ouve as transmissões pelo rádio. Mas, se perguntarem seu time, afirma: 'Botafogo'. Não se trata de uma paixão, mas de uma senha para a cidadania."
- Vinícius de Moraes, músico brasileiro.

"O Botafogo é um menino de rua perdido na poética dramaticidade do futebol."
- Paulo Mendes Campos, escritor brasileiro.

"O Botafogo é o clube mais passional, mais siciliano, mais calabrês do futebol brasileiro."
- Nélson Rodrigues, cronista brasileiro.

"Se o Botafogo fosse uma esposa minha com certeza receberia muitas flores."
- Zé Roberto, ex-jogador do clube orgulhoso por atuar no time.

"Não me separo nunca de minhas fotos com a camisa do Botafogo."
- Cetale, ex-zagueiro, em entrevista em 2008, quase 50 anos após deixar o clube.

"Às vezes torcemos para o Botafogo apesar do Botafogo."
- Luiz Fernando Veríssimo, escritor brasileiro.

"Nós amamos o Botafogo, mas ele, inexplicavelmente, nos odeia."
-Alexandre Kirilos.

"Ser Botafogo é escolher um destino e dedicar-se a ele. Não se pode ser Botafogo como se é outro clube: você tem que ser de corpo e alma."
- Mário Filho, jornalista brasileiro.

"O Sr. sabe lá o que é um choro de Pixinguinha? O Sr. sabe lá o que é ter uma jabuticabeira no quintal? O Sr. sabe lá o que é torcer pelo Botafogo?"
- Vinícius de Moraes, músico brasileiro.

"O Botafogo tem tudo a ver comigo: por fora, é claro-escuro, por dentro, é resplendor; o Botafogo é supersticioso, eu também sou. O Botafogo é bem mais que um clube - é uma predestinação celestial. Seu símbolo é uma entidade divina. Feliz da criatura que tem por guia e emblema uma estrela. Por isso é que o Botafogo está sempre no caminho certo. O caminho da luz. Feliz do clube que tem por escudo uma invenção de Deus."
- Armando Nogueira, jornalista.

"Assim é o botafoguense. Ele não sofre, se purifica. Os invejosos desafiam, dizem que os alvinegros são poucos. Equívoco; são relíquias. E preciosidade não se encontra às pencas no boteco da esquina."
-Autoria desconhecida.

"E ninguém cala esse nosso amor, e é por isso que eu canto assim: É por ti Fogo!"
-Cântico da torcida do Botafogo.

"Essa estrela, colada ao coração de quem seu manto sagrado veste, não é apenas símbolo ou referência. É muito mais. É fogo, que incendeia a paixão imortal de quem, um dia, a adotou como força, fé e religião."
-Fernanda Grillo.

"A estrela é solitaria apenas em seu jargão."
-Fernanda Grillo.

"E comunico nesta hora a Albano que a sua última partida resultou numa nítida vitória. O tempo que resta do jogo interrompido, os nossos jogadores não disputarão mais. Todos nós queremos que o jovem lutador desaparecido parta para a grande noite como um vitorioso. E é assim que o saudamos."
- Augusto Frederico Schmidt, após uma partida de basquetebol entre o clube que presidia, Club de Regatas Botafogo, e o Botafogo Football Club que culminou na morte no atleta Armando Albano deste clube. Com esta declaração Schmidt iniciava o processo de fusão entre os dois clubes que criou o Botafogo de Futebol e Regatas.

"Nas disputas entre os nossos clubes só pode haver um vencedor: o Botafogo!"
-Eduardo Góes Trindade, presidente do Botafogo Football Club acenando para Augusto Frederico Schmidt a real vontade de fusão entre os clubes que presidiam.

"O que mais é preciso para que os nossos dois clubes sejam um só?"
- Augusto Frederico Schmidt, ratificando a Eduardo Góes Trindade o projeto de fusão.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

RETRATO EM PRETO E BRANCO: Manga


Considerado o melhor goleiro da história do Botafogo, Haílton Corrêa de Arruda, o Manga, tinha físico privilegiado, coragem, elasticidade, mãos enormes - que sofreriam inúmeras fraturas -, firmeza no jogo aéreo, ótima colocação e reflexo.
O “Dia do Goleiro” é comemorado em homenagem ao dia do seu aniversário, 26 de abril.
T
erceiro filho do casal José e Élida, Manga nasceu em 26 de abril de 1937, no Pina, bairro do Recife (PE).
Sua infância foi normal, sem nenhum acidente que mereça ser registrado, a não ser que gostava muito de futebol e sempre que havia uma bola de meia (Manga sabia fazê-la, e bem) as peladas começavam, onde houvesse um lugar: terreno baldio, rua pouco movimentada etc. Manga era atacante e fazia seus gols, embora fosse grosso para controlar a bola ou dar um passe. Marcava os gols no peito e na raça.
As aulas sempre deram vez às peladas e Manga não hesitava em deixar de ir à escola para correr atrás da bola.
A pouca intimidade com a bola e sua altura (1,86 m) fizeram com que, quando resolveu trocar os estudos pelo futebol, optasse pela posição de goleiro. Em 1954, aos 17 anos, chegou à equipe juvenil do Sport Recife, onde foi campeão juvenil invicto ao lado de Almir Pernambuquinho.

Sua estréia na equipe principal do Sport aconteceu durante uma excursão que o clube pernambucano fez ao exterior, iniciada em 6 de abril de 1957. Manga era um dos três goleiros que embarcaram, juntamente com Oswaldo Baliza e Carijó.
Oswaldo Baliza contundiu-se em Lisboa e Manga assumiu o arco do rubro-negro recifense, estreando no dia 22 de abril de 1957 em Haifa, Israel, quatro dias antes de completar 20 anos de idade. O Sport venceu o Haifa Maccabi, de Israel, por 5 x 1.
Neste mesmo ano, tornou-se titular absoluto do gol do Sport a partir de 7 de julho, num amistoso contra o Náutico (0 x 0). Disputou 39 jogos em 1957.
Em 1958 disputou 54 jogos e sagrou-se campeão pernambucano.

No ano seguinte, foram mais 43 jogos pelo Sport, sendo que no dia 5 de julho de 1959 disputou a última partida no Sport, na vitória de 4 x 3 sobre o Ferroviário, válido pelo primeiro turno do campeonato pernambucano.
Foi contratado pelo Botafogo, onde fez sua estréia no dia 18 de julho de 1959, no Maracanã, na vitória de 2 x 0 sobre a Portuguesa, em jogo do campeonato carioca daquele ano.
Nos quase nove anos que permaneceu no Botafogo, Manga conquistou muitos títulos. Foi campeão carioca nos anos de 1961, 1962, 1967 e 1968; do Torneio Início do Rio de Janeiro em 1961 e 1962; do Torneio Rio-São Paulo em 1962, 1964 e 1966; do Torneio Governador Magalhães Pinto, em Belo Horizonte (MG) em 1964 e da Taça Guanabara em 1967. Também conquistou diversos torneios internacionais, tais como Triangular Internacional da Costa Rica (1961), Pentagonal do México (1962), Torneio de Paris (1963), Jubileu de Ouro da Associação de Futebol de La Paz, Bolívia (1964), Quadrangular do Suriname
(1964), Taça Círculo de Periódicos Esportivos de Caracas (1966),
Taça Carranza de Buenos Aires (1966), Triangular de Caracas (1967) e Hexagonal do México (1968).
Ao todo, foram 442 jogos disputados e 394 gols sofridos.
Disputou quinze jogos pela Seleção Brasileira, sendo doze oficiais, entre 6 de junho de 1965 (o primeiro), na vitória de 2 x 0 sobre a Alemanha Ocidental, e 19 de setembro de 1967, último jogo pela Seleção Brasileira, na vitória de 1 x 0 sobre o Chile.
Disputou a Copa do Mundo de 1966, jogando apenas contra Portugal.
Sua despedida do Botafogo aconteceu em 28 de abril de 1968, no Maracanã, com derrota de 2 x 0 diante do Vasco da Gama, pelo campeonato carioca.
Transferiu-se para
o Nacional, de Montevidéu, Uruguai, onde jogou de 7 de setembro de 1968 (sua estréia contra o Danubio) a junho de 1974, sempre como titular. Foi tetracampeão uruguaio de 1969 a 1972, campeão da Libertadores da América e do Mundial Interclubes em 1971.
Em 1971, recebeu o título de "Desportista do Ano" no Uruguai.
Em 1972, recebeu distinção maior: o "Charrua de Ouro", para o melhor jogador.
No dia 30 de maio de 1973, jogando pelo Nacional, no Estádio Centenário, em Montevidéu, ao rebater uma bola em sua área, encobriu o goleiro Posadas e marcou um dos sete gols da goleada que o Nacional impôs ao Racing pelo campeonato uruguaio.
Por suas atuações, a imprensa local ainda o tem como o melhor goleiro que apareceu no país.
Retornou ao Brasil em 1974, contratado pelo Internacional, de Porto Alegre (RS), onde estreou no dia 24 de julho de 1974, no Morumbi, contra o Santos, perdendo por 2 x 1.
Até 1976, fez 210 jogos pelo Internacional, sofrendo 109 gols. Ganhou três títulos gaúchos (1974 a 1976) e dois Campeonatos Brasileiros (1975 e 1976).
Em 1977, ganhou o campeonato estadual do Mato Grosso do Sul e disputou o Campeonato Brasileiro pelo Operário, levando a equipe de Campo Grande
às semifinais dessa competição.
No Coritiba, foi campeão paranaense em 1978.
Concluindo sua trajetória no Brasil, ele defendeu o Grêmio, de Porto Alegre e voltou a ganhar mais um título, o de campeão gaúcho de 1979.
Dois anos depois, Manga sagrou-se campeão no equatoriano Barcelona, de Guayaquil, encerrando a carreira em 1982, aos 45 anos. E passou a trabalhar por lá na função de treinador de goleiro, indo depois para Miami, nos Estados Unidos, onde trabalharia em escolinhas de futebol, aposentou-se e passou a viver tranqüilamente em Little Havana, em Miami, na Flórida.
Eleito o melhor goleiro do Botafogo e do Internacional em todos os tempos, segundo pesquisa realizada pela revista esportiva Placar, entre jornalistas, dirigentes, jogadores e torcedores, no ano de 1982.
Sua performance fez Nilton Santos, a Enciclopédia do Futebol, confessar: "Foi o melhor goleiro que passou pelo Botafogo desde que me conheço por gente". E é possível que Garrincha, Didi e Amarildo, outros artistas e ídolos do alvinegro, pensassem o mesmo do goleiro, a quem chamavam carinhosamente de Manguinha.
Mas, viciado e perdedor no baralho, Manga tomava empréstimos para cobrir dívida da jogatina. E depois pedia mais dinheiro ao clube. Para o jornalista João Saldanha, tal penúria expunha seu frágil caráter - e, adiante, isso seria o estopim da desavença entre eles.
Embora instável, Manga - pelo que fez no Botafogo e na seleção brasileira - cativava a todos. O seu porte físico e o arrojo impunham respeito, e era admirado pela elegância.
Há estudiosos do futebol que o vêem como o melhor goleiro nacional de todos os tempos.
No dia 1º de maio de 2010, Manga saiu de Guayaquil, onde estava vivendo e mantinha uma escolinha de goleiros, contratado pelo Internacional, de Porto Alegre, com o objetivo de suprir a carência na formação de novos goleiros, colaborando na preparação de goleiros das categorias de base do clube, além de participar de festas do Internacional no interior do Estado e pelo País.
Manga também tinha três irmãos boleiros: Manguito, Dedé e Alemão, que se destacaram no futebol pernambucano. O último, inclusive, era zagueiro central e atuou no América, do Rio de Janeiro, sendo bom batedor de faltas e pênaltis. Dedé brilhou no Sport Club do Recife.

sábado, 11 de agosto de 2012

JOGADORES QUE ATUARAM, QUANTIDADE DE JOGOS E GOLS MARCADOS NO CAMPEONATO CARIOCA DE 1961

JOGADOR
JOGOS
GOLS
ADEMAR
5

AMARILDO
25
18
AMOROSO
12
8
AUGUSTO MACARRÃO
1

AYRTON
20
1
CACÁ
11

CHICÃO
17
1
CHINA
8
6
DIDI
23
7
ÉDSON
3

GARRINCHA
21
6
MANGA
25

NEIVALDO
12
3
NILTON SANTOS
23

PAMPOLINI
5
1
PAULISTINHA
2

RILDO
16

TIÃO MACALÉ
2

ZAGALO
21
2
ZÉ MARIA
25